At the Pond’s Edge

de Hằng Hằng
inresidence 2024

Workshop aberto à comunidade – 17 de novembro
Apresentação pública – 29 novembro

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PT

Residência artística – de 1 de outubro a 1 de dezembro
Cianotipia experimental & técnicas de blueprinting (Workshop aberto à comunidade) – 17 de novembro (A Turma)
Apresentação final – 29 de novembro, 19h00 (A Turma)

Sobre a atividade:
No âmbito do InResidence'2024, chamámos a artista Hằng Hằng (Vietname – França) para desenvolver, ao longo do outono de 2024, o projeto 'At the Pond’s Edge'. Esta é uma performance onde tem lugar um encontro íntimo, explorando a intraduzibilidade e o poder da linguagem. Nem claro nem escuro, o cheiro a humidade enche o ar. Duas mulheres estão num lago construído a partir de tecido, numa conversa que se harmoniza com os ritmos da natureza. Através de poesia sonora e outras narrativas, o espetáculo revela as complexidades da língua nacional vietnamita, entrelaçando os seus contextos históricos e socioculturais, e convida os espectadores a refletir sobre o poder da língua e a forma como esta é moldada por legados coloniais, conflitos e convulsões contemporâneas.


At the Pond’s Edge – Performance e Instalação
(Apresentação final)

Interpretação – Hằng Hằng e Maya de Vulpillières
Sonoplastia – Hằng Hằng e Arthur Canac
Clarinete – Joël Canac

Hằng Hằng convida o público a explorar a sua pesquisa e performance centradas na língua nacional vietnamita. O encontro faz-se à volta de um lago, criado pela artista com recurso a tecido, evocando ecos do tempo e da História. Duas mulheres aparecem à beira do lago, envolvidas numa conversa que entrelaça sons e palavras rítmicas, misturando linguagens e movimentos.
Neste trabalho, Hằng Hằng continua a explorar questões da sua própria existência, desta vez focando-se na linguagem que ela fala: Chữ Quốc Ngữ, a língua nacional vietnamita, criada no contexto de complexas transformações históricas e substituíndo a Hán Nôm, uma escrita mais antiga baseada em ideogramas chineses, cujo envolvimento foi para Hằng Hằng um desafio.
Seguindo os passos dos missionários europeus do século XVII no Vietname, Hằng Hằng visitou a Biblioteca da Ajuda (Lisboa), onde encontrou manuscritos e cartas do Padre Francisco de Pina, o missionário Jesuíta português a quem é atribuída a criação da primeira escrita romanizada para o vietnamita, que se tornou a base do alfabeto vietnamita moderno.
Com base no manuscrito Manuductio ad linguam Tunckinensem – A Method to Study Tonkinese, particularmente na representação dos tons da língua vietnamita numa escala musical, Hằng Hằng transformou o Gia Định báo, o primeiro jornal impresso em Chữ Quốc Ngữ, numa escala musical, gravada em clarinete. A performance começa com a leitura do jornal com música, usando ambos como formas de expressão, resistência e rearranjo.
Pretende-se ainda a reprodução dos documentos que a artista vem colecionado, através do processo de cianotipia. Reunir materiais, aplicar produtos químicos, secar, expor à luz solar, lavar, secar novamente e, finalmente, aplanar — este processo reproduz os documentos e está aberto a perturbações, convidando à reflexão sobre o conceito de arquivo e sobre a sua transmissão, bem como a natureza incerta da memória e da história.


“Não sei se devo ver isso como um progresso cultural ou uma agressão cultural. Este é o início da minha pesquisa e esta história parece não ter fim.”



Sobre o workshop:
Antes da apresentação final do trabalho desenvolvido ao longo destes dois meses de residência n' A Turma, a 17 de novembro Hằng Hằng oferece à comunidade um workshop de cianotipia experimental & técnicas de blueprinting. A entrada é gratuita, mas sujeita a inscrição.


Sobre o InResidence:
InResidence é um programa de residências artísticas promovido pelo Município do Porto em parceria com variadas estruturas artísticas da cidade. Desde 2020, A Turma acolhe criadores das artes performativas (Nina Amat Viladomiu, José Manuel Mora, Dido Gkogkou, Siri Bengtén), que residem no seu espaço pelo período de dois meses, e desenvolvem o seu trabalho artístico, apresentando-o à cidade no final da residência.


Sobre a artista:
Hanoi, Vietname, 1995. Artista visual, performer e cenógrafa, mestre em Cenografia pela École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs de Paris, Hằng Hằng esbate as fronteiras entre teatro, instalação e performance, examinando a micro-história e a história oral. O seu trabalho explora os traumas intergeracionais do povo vietnamita, que sofreu violentos conflitos e deslocações, e ainda o patriarcado. Movendo-se entre o documentário e as paisagens imaginárias, cria espaços sensoriais que fundem realidade, sonhos e magia.
Hằng Hằng é fundadora do coletivo Phu Lang Sa Collabtive, uma comunidade de jovens
artistas vietnamitas que vivem no estrangeiro, principalmente em França. Os seus trabalhos pessoais foram apresentados no Théâtre de l'Aquarium, Poush Aubervilliers, Galerie BAQ em Paris, e na Documenta 15, como parte do programa de artistas emergentes do Coletivo Nhà Sàn Collective, em Hanói. Em 2023, participou no CommonLAB, um laboratório móvel instalado em quatro locais: MC93 em Bobigny, Riksteatern em Estocolmo, festival D-CAF no Cairo, e festival Alkantara em Lisboa.


EN

Artist residency - 1st of October to 1st of December
Experimental cyanotype & blueprinting techniques (Workshop open to the community) - 17th of November (A Turma)
Final presentation - 29th of November, 7pm (A Turma)


About the activity:
As part of InResidence'2024, we invited the artist Hằng Hằng (Vietnam - France) to develop the project 'At the Pond's Edge' throughout the autumn of 2024. This is a performance where intimate gathering unfolds, exploring untranslatability and the power of language. Neither bright nor dark, the smell of dampness fills the air. Two women stand on a fabric pond, engaging in a conversation that harmonizes with the rhythms of nature. Through poems, sound poetry, and narratives, the performance unveils the complexities of the Vietnamese national language, weaving together its historical and socio-cultural contexts. It invites spectators to reflect on the power of language and how it is shaped by colonial legacies, conflicts, and contemporary upheavals.


At the Pond’s Edge – Performance and Installation
(Final presentation)

Acting - Hằng Hằng and Maya de Vulpillières
Sound design - Hằng Hằng and Arthur Canac
Clarinet Musician: Joël Canac

Hằng Hằng invites the public to explore her research and performance centered on the Vietnamese national language. The gathering takes place around a pond, crafted by Hằng Hằng from fabric, evoking echoes of time and history. Two women appear at the pond’s edge, engaging in a conversation that weaves together rhythmic sounds and words, blending languages and movements.
This work is created from the InResidence program organized by the A-Turma Association in Porto. For this residency, Hằng Hằng continues exploring questions of her own existence, this time focusing on the language she speaks: Chữ Quốc Ngữ, the Vietnamese national language. This language, created in the context of complex historical transformations and replacing Hán Nôm, an older script based on Chinese ideograms, has at times felt challenging for her to fully embrace.
Following the traces of seventeenth-century European missionaries in Vietnam, Hằng Hằng visited the Biblioteca da Ajuda in Lisbon, where she found manuscripts and letters by Father Francisco de Pina, the Portuguese Jesuit missionary credited with creating the first Romanized script for Vietnamese, which became the foundation of the modern Vietnamese alphabet. Drawing on his manuscript Manuductio ad linguam Tunckinensem – A Method to Study Tonkinese, particularly its representation of Vietnamese language’s tones on a musical scale, Hằng Hằng transformed Gia Định báo, the first newspaper printed in Chữ Quốc Ngữ, into a musical scale, recording it on the clarinet this time. She intends to begin her performance by reading the newspaper alongside the music, using both as a medium for expression, resistance, and re-arrangement.
Hằng Hằng also presents the reproduction of the documents she has collected by the cyanotype process. Gathering materials, applying chemicals, drying, exposing to sunlight, washing, drying again, and finally flattening — this process both reproduces the documents and is open to disturbances, inviting reflection on the concept of archives and their transmission, as well as the uncertain nature of memory and history.


“ I don't know whether to see it as cultural progress or cultural aggression. This is the beginning of my research, and this history seems to have no end.”



About the workshop:
Before the final presentation of the work developed over these two months of residency at A Turma, on the 17th of November Hằng Hằng offers the community a workshop on experimental cyanotype & blueprinting techniques. The entrance is free, but the registration is required.

About InResidence:
InResidence is an artistic residency programme promoted by the Municipality of Porto in partnership with various artistic structures in the city. Since 2020, A Turma has welcomed performing arts creators (Nina Amat Viladomiu, José Manuel Mora, Dido Gkogkou, Siri Bengtén), who stayed in its space for two months, developing their artistic work and present it to the city at the end of the residency.

About the artist:
Hanoi, Vietname, 1995. Artista visual, performer e cenógrafa, mestre em Cenografia pela École Nationale Supérieure des Arts Décoratifs de Paris, Hằng Hằng esbate as fronteiras entre teatro, instalação e performance, examinando a micro-história e a história oral. O seu trabalho explora os traumas intergeracionais do povo vietnamita, que sofreu violentos conflitos e deslocações, e ainda o patriarcado. Movendo-se entre o documentário e as paisagens imaginárias, cria espaços sensoriais que fundem realidade, sonhos e magia.
Hằng Hằng é fundadora do coletivo Phu Lang Sa Collabtive, uma comunidade de jovens
artistas vietnamitas que vivem no estrangeiro, principalmente em França. Os seus trabalhos pessoais foram apresentados no Théâtre de l'Aquarium, Poush Aubervilliers, Galerie BAQ em Paris, e na Documenta 15, como parte do programa de artistas emergentes do Coletivo Nhà Sàn Collective, em Hanói. Em 2023, participou no CommonLAB, um laboratório móvel instalado em quatro locais: MC93 em Bobigny, Riksteatern em Estocolmo, festival D-CAF no Cairo, e festival Alkantara em Lisboa.