A história intemporal do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá, escrita por Jorge Amado para o seu filho, é uma das mais bonitas ofertas que conhecemos. E é, em si, uma das mais bonitas histórias de amor. Quais Capuletos e Montéquios, o Gato e a Andorinha estão condenados a serem apartados e, por isso mesmo, condenados à tragédia, por uma questão de identidade de espécie. Um assunto pertinente nos dias que correm, numa história escrita antes dos dias que correm, para mostrar que a pertinência associada ao comportamento humano/animal não tem modas, correntes nem fases. O amor é o amor, o amor proibido é o amor proibido, já Shakespeare ou os Gregos falavam disso. Jorge Amado, criando uma analogia suavizada, sugere-nos a criação de um universo musical e visual que comporte a história e a leve à sua conclusão de forma bonita e enternecedora. Deste modo pretendemos impor no publico juvenil uma urgência de pensamento em relação ao difícil tema, quer para a sua criação e desenvolvimento enquanto seres humanos, quer para os adultos que lidaram e lidarão com o assunto em toda a sua vida. É a isso que nos propomos. Reforçamos, o amor, é o único e central tema da obra, o será da nova dramaturgia e do próprio espectáculo.
© ilustração por Manel Cruz