Michelle, uma rapariga francesa lusodescendente, vem a Portugal, contra a vontade da família, na tentativa de encontrar um homem que pode ser o seu avô biológico. Além deste homem, cuja existência está rodeada de mistério, Michelle esbarra com a crua realidade de uma comunidade de migrantes do Sul do país. Esta tragédia contemporânea constrói-se como “um drama familiar intergeracional sobre trauma, abandono e separações.” Sul é a segunda parte de um díptico dedicado às migrações, com texto e encenação de Tiago Correia, iniciado com O Salto, peça sobre a emigração portuguesa clandestina no início dos anos 70. Entre uma e outra obra, procuram abrir-se caminhos para uma reflexão mais ampla sobre os temas da memória (ou do esquecimento) e da “volatilidade das relações humanas contemporâneas”.
© Francisco Lobo